Cante, Cauby, Cante!
Nesse dia 10 de fevereiro, Cauby Peixoto completa 80 anos de vida e eu não poderia deixar de fazer-lhe essa pequena homenagem. Cauby já foi considerado, nos anos 50, pelas revistas norte-americanas Time e Life, como o “Elvis Presley brasileiro”. Mas, aqui no Brasil, sempre foi conhecido como o “Sinatra brasileiro”.
Carioca de Niterói, Rio de Janeiro, Cauby nasceu em uma família muito musical: seu pai, sua mãe, seu tio e seus irmãos Moacyr e Araquém eram instrumentistas; seu primo Ciro Monteiro era cantor e compositor, e suas irmãs Iracema e Andiara cantavam. Cauby fez carreira também nos EUA e chegou a ser o cantor mais popular do Brasil, fazendo participações no cinema nacional. Nos anos 50, ele e seus irmãos compraram a boate Drink, no Leme – ponto de elegantes casas noturnas no Rio de Janeiro, como Arpége, Sacha’s e Fred’s, que eram frequentadas por políticos, artistas internacionais e pessoas da alta sociedade.
Para o público, Cauby Peixoto era aquele cantor de voz grave e aveludada, mas, no meio musical, também era conhecido por sua gentileza. Chamava todos os seus colegas pelo carinhoso apelido de “professor” e nunca soube que ele tivesse um desafeto sequer. Meu pai era um homem extremamente exigente quanto à disciplina e ao profissionalismo e ficou encantado com Cauby quando trabalharam juntos, em 1978, em Recife. Era só elogios.
Mas o que mais me chama a atenção em Cauby Peixoto é a juventude de sua voz - mesmo aos 80 anos. A voz muda com o passar dos anos, acompanhando o processo de envelhecimento do corpo humano: na mulher, ela se torna mais “encorpada”, grave (principalmente após a menopausa), dificultando a passagem da voz de peito para a de cabeça. Isso pode, em muitos casos, limitar a extensão vocal. No homem, o timbre vai se tornando mais agudo, “fino”, e a extensão também fica comprometida. Algumas pessoas, com os anos, desenvolvem uma voz trêmula, débil, que acaba por revelar a sua fragilidade física, pois a emissão vocal envolve vários músculos e um certo vigor, necessitando, como qualquer outra função do corpo humano, de exercícios específicos, regulares e uso freqüente para estar sempre saudável. Por essa razão, profissionais como cantores, atores e locutores normalmente envelhecem com a voz firme. Mas o caso de Cauby é surpreendente: sua voz continua com o mesmo belíssimo timbre e extensão privilegiada. Assisti a uma apresentação sua no programa Som Brasil em que ele cantava, ao vivo, a música Bastidores, de Chico Buarque. Foi emocionante. Para dizer a verdade, a apresentação mais linda do programa. E ali estava o talvez maior intérprete da música brasileira, aos 80 anos, em todo o seu esplendor. Cauby Peixoto e Bibi Ferreira são, para mim, dois fenômenos do showbizz mundial e continuam produzindo como se tivessem ainda 20 anos. Mas Bibi é outra história e merece um post só para ela.
Cauby acaba de gravar mais um disco, homenageando (claro!) Sinatra. Ainda não tive a oportunidade de ouvi-lo, mas amigos me disseram que está muito bonito. Tenho certeza de que está, sim! Tanto talento e profissionalismo só poderiam produzir um belo disco. Aliás, tanto talento e profissionalismo só poderiam produzir um artista como Cauby Peixoto.
Carioca de Niterói, Rio de Janeiro, Cauby nasceu em uma família muito musical: seu pai, sua mãe, seu tio e seus irmãos Moacyr e Araquém eram instrumentistas; seu primo Ciro Monteiro era cantor e compositor, e suas irmãs Iracema e Andiara cantavam. Cauby fez carreira também nos EUA e chegou a ser o cantor mais popular do Brasil, fazendo participações no cinema nacional. Nos anos 50, ele e seus irmãos compraram a boate Drink, no Leme – ponto de elegantes casas noturnas no Rio de Janeiro, como Arpége, Sacha’s e Fred’s, que eram frequentadas por políticos, artistas internacionais e pessoas da alta sociedade.
Para o público, Cauby Peixoto era aquele cantor de voz grave e aveludada, mas, no meio musical, também era conhecido por sua gentileza. Chamava todos os seus colegas pelo carinhoso apelido de “professor” e nunca soube que ele tivesse um desafeto sequer. Meu pai era um homem extremamente exigente quanto à disciplina e ao profissionalismo e ficou encantado com Cauby quando trabalharam juntos, em 1978, em Recife. Era só elogios.
Mas o que mais me chama a atenção em Cauby Peixoto é a juventude de sua voz - mesmo aos 80 anos. A voz muda com o passar dos anos, acompanhando o processo de envelhecimento do corpo humano: na mulher, ela se torna mais “encorpada”, grave (principalmente após a menopausa), dificultando a passagem da voz de peito para a de cabeça. Isso pode, em muitos casos, limitar a extensão vocal. No homem, o timbre vai se tornando mais agudo, “fino”, e a extensão também fica comprometida. Algumas pessoas, com os anos, desenvolvem uma voz trêmula, débil, que acaba por revelar a sua fragilidade física, pois a emissão vocal envolve vários músculos e um certo vigor, necessitando, como qualquer outra função do corpo humano, de exercícios específicos, regulares e uso freqüente para estar sempre saudável. Por essa razão, profissionais como cantores, atores e locutores normalmente envelhecem com a voz firme. Mas o caso de Cauby é surpreendente: sua voz continua com o mesmo belíssimo timbre e extensão privilegiada. Assisti a uma apresentação sua no programa Som Brasil em que ele cantava, ao vivo, a música Bastidores, de Chico Buarque. Foi emocionante. Para dizer a verdade, a apresentação mais linda do programa. E ali estava o talvez maior intérprete da música brasileira, aos 80 anos, em todo o seu esplendor. Cauby Peixoto e Bibi Ferreira são, para mim, dois fenômenos do showbizz mundial e continuam produzindo como se tivessem ainda 20 anos. Mas Bibi é outra história e merece um post só para ela.
Cauby acaba de gravar mais um disco, homenageando (claro!) Sinatra. Ainda não tive a oportunidade de ouvi-lo, mas amigos me disseram que está muito bonito. Tenho certeza de que está, sim! Tanto talento e profissionalismo só poderiam produzir um belo disco. Aliás, tanto talento e profissionalismo só poderiam produzir um artista como Cauby Peixoto.
No vídeo acima, Cauby interpreta a música Bastidores (Chico Buarque), no programa Som Brasil, da TV Globo, em 2010.
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