sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Feliz Natal e um 2018 Maravilhoso!

Natais Inesquecíveis




Nas minhas infância e adolescência, todos os Natais foram iguais. Maravilhosamente iguais! Meu pai, minha mãe, minha querida avó materna, meu irmão e eu nos reuníamos, conversámos bastante, assistíamos a missa do galo (por exigência de minha vó), ceávamos, abríamos os presentes e íamos dormir. No dia seguinte, ficávamos juntos e, à noite, levávamos minha avó até sua casa – ela morava um pouco longe, mas valia pelo passeio! Na volta, eu pedia para passarmos pelo Aterro do Flamengo (estamos falando do Rio de Janeiro) a fim de ver os altos postes de iluminação que, enfeitados com milhares de lâmpadas coloridas, se transformavam em imensas árvores de Natal! Às vezes, alguns parentes e amigos apareciam, porém nós cinco sempre estávamos juntos.
    
Naquela época, ainda não havia internet e nem este moderno conceito de shoppings no Rio, que começou com a inauguração do Rio Sul (Botafogo, 1980), e as compras eram feitas em lojas de rua incrivelmente cheias e no calor do verão carioca. Minha mãe se preparava psicologicamente e levava os dois filhos para ajudar a carregar os vários embrulhos. Mas criança sempre leva tudo na farra e lá íamos nós, felizes, para o front!
    
Cada um tinha as suas tarefas e as minhas eram embrulhar os presentes, arrumar a mesa para a ceia e montar a árvore - eu ficava tão agitada com os preparativos que, semanas antes, já começava a enfeitar as bolas com purpurina, cada uma de um jeito, para ficar bem diferente e dar um brilho especial. Desmontar a árvore, depois da empolgação das festas, já não era muito a minha praia... Mamãe e vovó, cozinheiras de mãos cheias, faziam os quitutes. Minha avó – altiva, corajosa, forte – se chamava Leonor, no entanto todos a conheciam pelo seu apelido de infância e dona Bolinha gostava de repetir, orgulhosa:
     
– Deixem a bacalhoada e os bolinhos de bacalhau por minha conta! Aprendi a fazer com minha sogra, portuguesa de verdade!
    
E ai de quem se intrometesse em sua cozinha... Minha mãe sempre fazia (e ainda faz) uma fantástica salada de melão com aipo que, nos idos anos 70, tínhamos de rodar a cidade inteira para achar. Quando o dia 24 de dezembro ia chegando, meu pai já começava a ficar estressado, sabendo que a busca insana iria começar – e esta era a tarefa dele. Ele reclamava, mas acabava achando o tal do aipo.
    
Para a sobremesa, uma saborosa torta de nozes com tâmaras e o tradicional pavê que, é claro, sempre vinha acompanhado da indefectível piadinha:
   
 – É pavê ou pa comer?
    
Todo ano eu esperava ansiosamente pelo Natal que, depois da morte de meu pai, se tornou triste e sem colorido por muito tempo. Aos poucos, as cores foram voltando, porém com outros matizes, novos tons.

*****
    
Em 1994, Tranka e eu passamos nosso primeiro Natal em Saint Martin, uma ilha no Caribe francês e da qual já falei aqui. Nós e alguns gatos que acolhemos em nossa casa! Para recém-casados, é um desafio passar o Natal sozinhos, longe de tudo e de todos, em outro país, outro idioma, outra cultura... Mas foi sensacional!

Fizemos a ceia depois do trabalho e presenteamos cada gato (e eram vários) com uma latinha de ração úmida enfeitada com um laço rosa. Enquanto conversávamos, distraídos, um dos gatinhos pulou na mesa, sorrateiramente, e pegou um naco de peru defumado maior do que ele. Quando vi, o pequeno Jamelão (sim, foi uma homenagem ao cantor) estava com o pedaço na boca, olhando para o chão e titubeante, pensando em como iria descer de tão alto sem se machucar ou deixar cair aquela iguaria apetitosa. Ri muito, mas ele levou uma baita bronca mesmo assim e nunca mais subiu em nossa mesa de refeições. Tudo era novo para mim naquele momento: gatos, Saint Martin, casamento, cantar apenas em dupla e sem uma grande banda de apoio... Foi uma experiência mágica e muito, muito feliz!

*****

Anos depois, já de volta ao Rio de Janeiro, fomos contratados para tocar na bela casa de uma tradicional família carioca na noite do dia 24 de dezembro. Estavam presentes muitos adultos e crianças e o patriarca, frequentador das famosas boates do Leme nos anos 50 e 60, apreciava o repertório de Frank Sinatra e os standards norte-americanos. Havia um ótimo piano de meia cauda no local e aproveitamos para fazer um trabalho no melhor estilo das casas noturnas antigas: baixo acústico, voz, piano, bateria e trompete - o grande Darcy Cruz, músico de primeira e um virtuose com sopro poderoso, mas que também conseguia tirar um som incrivelmente suave de seu instrumento. Um mestre.
    
A matriarca da família, muito católica, pediu ao padre de sua igreja para rezar uma missa, antes da ceia, no pequeno altar improvisado no salão. Durante a missa, cantei Ave-Maria, de Gounod, e algumas canções natalinas. Após o término, todos os convidados se confraternizaram. Lembrei-me dos Natais que passava com meu pai e minha avó materna e me emocionei, porém estava vivendo mais um lindo Natal, com Tranka e outras pessoas maravilhosas, e que também ficaria eternizado dentro de mim, juntinho de todas as minhas inesquecíveis lembranças – aquelas que dão sentido à nossa existência e nos tornam um ser humano melhor. Feliz Natal e um 2018 de muita paz para todos vocês! 


No vídeo, Nat King Cole e Frank Sinatra, cantando The Christmas Song (Merry Christmas to You), de Bob Wells e Mel Tormé. Esta foi uma das canções que interpretamos em um dos Natais citados no texto. A foto que abre a postagem é minha, com 15 anos, ao lado de uma das muitas árvores de Natal que tivemos.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Homenageando Waldir Calmon

Lançamento das inéditas "Feita para Dançar" e "Copacabana Blues"

É com grande alegria que compartilho nossos mais novos lançamentos, ambas de Marcia Calmon e Tranka Oliveira: Feita para Dançar e Copacabana Blues! Em Feita para Dançar, homenageamos meu pai, o pianista Waldir Calmon, citando alguns de seus discos e apresentando um vídeo com imagens dos anos 50. Quem desejar, pode adquirir a música no site CD Baby, clicando no link https://store.cdbaby.com/cd/marciacalmon4 . Espero que todos saiam dançando! 


Em Copacabana Blues, falamos da triste realidade de quem vive à noite nas calçadas do bairro de Copacabana, RJ. Quem desejar, pode adquirir a música no site CD Baby, clicando no link https://store.cdbaby.com/cd/marciacalmon5 . Abaixo, os clips das músicas:




sexta-feira, 26 de maio de 2017

Desafio Musical - Respostas!

Quais São os Nomes das Músicas?



Agora as respostas do desafio musical que lancei aqui há algumas semanas. Primeiro, colocarei somente o texto para não estragar a surpresa de quem ainda não participou. Depois, os nomes das músicas e seus compositores embaixo de cada parágrafo. Detalhe: há mais de uma música por parágrafo - em alguns, há sete citações diferentes!
  1. Adoro a música de nosso povo e acho que já passou da hora desta gente bronzeada mostrar seu valor. Eu nasci com o samba e no samba me criei. O samba é romance, é fantasia; o samba é sentimento, é alegria! É bonito ver uma mulata requebrando, tambores repicando, uma escola a desfilar. Dizem que o samba nasceu lá na Bahia, mas outros dizem que é natural aqui do Rio de Janeiro. Só sei que ele leva a alegria para milhões de corações brasileiros!
2.  Viver de música no Brasil é difícil. Sempre me pergunto onde me levará esta ladeira. Que tristes terras vencerá um intérprete delirando no blues? No final, quem manda mesmo é a Deusa Música pois, quando subo no palco, minha alma fica tão pura que cheira a talco, como bumbum de bebê.

3.  Quando saí da casa de meus pais, meu irmão e eu discutimos porque eu queria levar todos os vinis. Pelo menos de um não abri mão e disse que ficaria com o disco do Pixinguinha, sim. O resto era dele. Não posso resistir quando o chorinho brasileiro faz sentir na marcação. Ele me lembra todo encanto de um passado que era lindo, era triste, era bom.

4.  Amo o meu Rio de Janeiro, do Leme ao Pontal.  Sou carioca e, para mim, a cidade é linda demais e vejo as noites do Rio ao luar. Meu Rio não dorme porque não se cansa e ainda é dourado quase todo dia. Rio, você faz a minha alma cantar!

5.  O mundo está ficando cada vez mais complicado: muita patrulha, muita bagunça, cada um por si e todo mundo na lona. Para variar, estamos em guerra. Já não tenho dedos para contar quantas pedras me atiraram ou quantas atirei. Nem sempre é so easy se viver...

6.  Estou muito triste com as atuais notícias sobre o Brasil. É muito roubo, corrupção, corruptores e corrompidos. Eles acham que a gente está com a bunda exposta na janela para passar a mão nela... Mas procuro ser otimista, afinal amanhã será outro dia!

7.  Tenho grande preocupação com as pessoas que moram nos morros, nas comunidades mais pobres e que, com uma folha de zinco e um latão de banha, fazem um barraco em qualquer favela. Que lutam pelo pão de cada dia, sonhando com a vida no asfalto e sobrevivendo com um cartão de crédito que é uma navalha. Palafitas, trapiches, farrapos... Todos filhos de uma mesma agonia.

8.  A alta taxa de desemprego no Brasil é alarmante e creio que deveríamos fazer o dinheiro circular mais, pois o dinheiro de quem não dá é o trabalho de quem não tem. Tenho visto muitos pedintes hoje em dia, mas penso que dar esmola a um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.

9.  Com tantas notícias ruins, ando estressada. A minha única vontade é ter um dia para vadiar, ficar olhando para um mar que não tem tamanho e ver um arco-íris no ar. Beber uma água de coco, dentro de um barquinho deslizando no macio azul do mar, também seria bom. Mas sou otimista! Sempre apostei na minha paixão e guardei um país no meu coração! Acredito, sinceramente, que a vida pode ser maravilhosa!

10.   Está difícil, mas ainda acredito no amor. Sei que tem gente que ama e vive brigando e, depois que briga, acaba voltando. Também tem gente que escreve até poesia e rima saudade com hipocrisia. Mesmo com tudo isto, ainda acho impossível ser feliz sozinho. Não há amor sozinho e é juntinho que ele fica bom! Afinal, quem pode querer ser feliz se não for por amor?

11.   Gosto de fazer aniversário! Mas confesso que, às vezes, é difícil assumir que estamos envelhecendo. Porém, não quero me tornar escrava do tempo, porque ele nos aprisiona, adormece as paixões e apaga os caminhos. Eu quero apenas viver e não ter a vergonha de ser feliz!

12.   Frequentemente pergunto como será o amanhã e penso nos jovens. A juventude é como uma brisa... Ainda me lembro do meu tempo de criança quando entrava numa dança, toda cheia de esperança. Quando vejo um menino caminhando penso que ali, logo em frente, a esperar pela gente o futuro está. O presente, no futuro, será passado e a história não tem fim. Na realidade, a vida é a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não.

Respostas: 
1.  Tenho ficado muito triste com as atuais notícias sobre o Brasil. É muito roubo, corrupção, corruptores e corrompidos. Eles acham que a gente está com a bunda exposta na janela para passar a mão nela... Mas procuro ser otimista, afinal amanhã será outro dia!

       É (Gonzaguinha)
       Apesar de Você (Chico)

2.  Tenho grande preocupação com as pessoas que moram nos morros, nas comunidades mais pobres e que, com uma folha de zinco e um latão de banha, fazem um barraco em qualquer favela. Que lutam pelo pão de cada dia, sonhando com a vida no asfalto e sobrevivendo com um cartão de crédito que é uma navalha. Palafitas, trapiches, farrapos... Todos filhos de uma mesma agonia.

Sapato de Pobre e Lata d’Água (Jota Junior – Luiz Antonio)
Brasil (Cazuza - George Israel - Nilo Romero)

3.  A alta taxa de desemprego no Brasil é alarmante e creio que deveríamos fazer o dinheiro circular mais, pois o dinheiro de quem não dá é o trabalho de quem não tem. Tenho visto muitos pedintes hoje em dia, mas penso que dar esmola a um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.

Berimbau (Vinicius – Baden)
Vozes da Seca (Zé Dantas – Luiz Gonzaga) e Galope (Gonzaguinha)

4.  Mas sou otimista! Sempre apostei na minha paixão e guardei um país no meu coração! Acredito, sinceramente, que a vida pode ser maravilhosa!

Verde (Eduardo Guddin – Costa Neto)
Vitoriosa (Lins – Martins)

5.  Está difícil, mas ainda acredito no amor. Sei que tem gente que ama e vive brigando e, depois que briga, acaba voltando. Também tem gente que escreve até poesia e rima saudade com hipocrisia. Mesmo com tudo isto, ainda acho impossível ser feliz sozinho. Não há amor sozinho e é juntinho que ele fica bom! Afinal, quem pode querer ser feliz se não for por amor?

O Negócio é Amar (Dolores – Lyra)
Wave (Jobim)
Primavera (Vinícius – Lyra)
Desenho de Giz (Bosco – Abel Silva)

6.  Adoro a música de nosso povo e acho que já passou da hora desta gente bronzeada mostrar seu valor. Eu nasci com o samba e no samba me criei. O samba é romance, é fantasia. O samba é sentimento, é alegria! É bonito ver uma mulata requebrando, tambores repicando, uma escola a desfilar. Dizem que o samba nasceu lá na Bahia, mas outros dizem que é natural aqui do Rio de Janeiro. Só sei que ele leva alegria para milhões de corações brasileiros!

Brasil Moreno (Assis Valente)
Samba da Minha Tera (Dorival Caymmi)
Na Cadência do Samba (Luís Bandeira)
Samba da Bênção (Vinícius – Baden)
A Voz do Morro (Zé Ketty)

7.  Com tantas notícias ruins, ando estressada. A minha única vontade é ter um dia para vadiar, ficar olhando para um mar que não tem tamanho e ver um arco-íris no ar. Beber uma água de coco, dentro de um barquinho deslizando no macio azul do mar, também seria bom. Será que consigo?

Tarde em Itapoã (Vinicius – Toquinho)
 O Barquinho (Menescal – Bôscoli)

8.  Gosto de fazer aniversário! Mas confesso que, às vezes, é difícil assumir que estamos envelhecendo. Porém, não quero me tornar escrava do tempo, porque ele nos aprisiona, adormece as paixões e apaga os caminhos. Eu quero apenas viver e não ter a vergonha de ser feliz! Frequentemente pergunto como será o amanhã e penso nos jovens. A juventude é como uma brisa... Ainda me lembro do meu tempo de criança quando entrava numa dança, toda cheia de esperança. Quando vejo um menino caminhando penso que ali, logo em frente, a esperar pela gente o futuro está. O presente, no futuro, será passado e a história não tem fim. Na realidade, a vida é a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não.

Resposta ao Tempo (Bastos – Blanc)
O Que É, O Que É (Gonzaguinha)
O Amanhã (João Sergio)
Eu e a Brisa (Johnny Alf)
Apanhei-te, Cavaquinho (Nazareth – Darcy Oliveira – Benedito Lacerda)
Aquarela (Toquinho – Vinicius)
Brincar de Viver (Arantes – Jon Lucien)

9.  Viver de música no Brasil é difícil. Sempre me pergunto onde me levará esta ladeira. Que tristes terras vencerá um intérprete delirando no blues? No final, quem manda mesmo é a Deusa Música pois, quando subo no palco, minha alma fica tão pura que cheira a talco, como bumbum de bebê.

Asa (Djavan)
Palco (Gil)

10.   O mundo está ficando cada vez mais complicado: muita patrulha, muita bagunça, cada um por si e todo mundo na lona. Para variar, estamos em guerra. Já não tenho dedos para contar quantas pedras me atiraram ou quantas atirei. Nem sempre é so easy se viver...

Alô, Alô, Marciano (Lee – Carvalho)
Tudo Bem (Lulu Santos)

11.   Quando saí da casa de meus pais, meu irmão e eu discutimos porque eu queria levar todos os vinis. Pelo menos de um não abri mão e disse que ficaria com o disco do Pixinguinha, sim. O resto era dele. Não posso resistir quando o chorinho brasileiro faz sentir na marcação. Ele me lembra todo encanto de um passado que era lindo, era triste, era bom.

 Trocando em Miúdos (Francis Hime – Chico Buarque)
 Brasileirinho (Waldir Azevedo – Pereira da Costa)
   Odeon (Nazareth – Vinícius)

12.   Amo o meu Rio de Janeiro, do Leme ao Pontal.  Sou carioca e, para mim, a cidade é linda demais e vejo as noites do Rio ao luar. Meu Rio não dorme porque não se cansa e ainda é dourado quase todo dia. Rio, você faz a minha alma cantar!

Do Leme ao Pontal (Tim Maia)
Ela é Carioca (Tom – Vinicius)
Rio (Menescal – Bôscoli)
Samba do Avião (Jobim)


E, para terminar, um vídeo de uma das músicas citadas no texto: a espetacular apresentação de Djavan, cantando Asa no programa Sunday Night, de David Sanborn. Os fantásticos músicos são:

baixo: Marcus Miller
guitarra: Hiram Bullock 
teclado: Phillipe Saisse
sax: David Sanborn
bateria: Omar Hakin 
percussão: Don Alias

terça-feira, 16 de maio de 2017

Obrigada!

E O “NOITES CARIOCAS” FOI UM SUCESSO!



Muito obrigada a todos que foram e a todos que queriam ir, mas não puderam! A casa estava cheia e o show foi delicioso! Homenageando o Dia das Mães, fiz um dueto com minha mãe, Marta, sem ensaio. Interpretamos Sonho Meu (Ivone Lara – Délcio Carvalho) que costumávamos cantar, juntas, na Orquestra Waldir Calmon lá nos idos anos 80... Há um pedaço deste número, gravado nos anos 80 na Gafieira Estudantina, que postei no YouTube.

Como todos ficaram encantados com a voz de minha mãe, ela acabou fazendo, apenas com o Tranka, um número improvisado: Castigo, de Dolores Duran. Os dois vídeos abaixo foram gravados com smartphone e mostram estes dois momentos. O terceiro vídeo mostra um pouco de nosso dueto nos anos 80. Se eu conseguir mais vídeos, posto para vocês. Um abraço e espero vê-los na próxima apresentação!





sábado, 22 de abril de 2017

Desafio Musical

Quais são os nomes das músicas?



Há um joguinho muito na moda no Facebook que nos desafia a encontrar uma mentira no meio de algumas verdades e esta é a minha versão deste jogo. O meu é diferente e desafia vocês a encontrarem, ao invés de uma mentira, os nomes das músicas nos textos. São muitas citações e, quem for fera mesmo, saberá dizer até os nomes dos compositores. Boa sorte! Depois posto as respostas.

1.  Adoro a música de nosso povo e acho que já passou da hora desta gente bronzeada mostrar seu valor. Eu nasci com o samba e no samba me criei. O samba é romance, é fantasia; o samba é sentimento, é alegria! É bonito ver uma mulata requebrando, tambores repicando, uma escola a desfilar. Dizem que o samba nasceu lá na Bahia, mas outros dizem que é natural aqui do Rio de Janeiro. Só sei que ele leva a alegria para milhões de corações brasileiros!

2.  Viver de música no Brasil é difícil. Sempre me pergunto onde me levará esta ladeira. Que tristes terras vencerá um intérprete delirando no blues? No final, quem manda mesmo é a Deusa Música pois, quando subo no palco, minha alma fica tão pura que cheira a talco, como bumbum de bebê.

3.  Quando saí da casa de meus pais, meu irmão e eu discutimos porque eu queria levar todos os vinis. Pelo menos de um não abri mão e disse que ficaria com o disco do Pixinguinha, sim. O resto era dele. Não posso resistir quando o chorinho brasileiro faz sentir na marcação. Ele me lembra todo encanto de um passado que era lindo, era triste, era bom.

4.  Amo o meu Rio de Janeiro, do Leme ao Pontal.  Sou carioca e, para mim, a cidade é linda demais e vejo as noites do Rio ao luar. Meu Rio não dorme porque não se cansa e ainda é dourado quase todo dia. Rio, você faz a minha alma cantar!

5.  O mundo está ficando cada vez mais complicado: muita patrulha, muita bagunça, cada um por si e todo mundo na lona. Para variar, estamos em guerra. Já não tenho dedos para contar quantas pedras me atiraram ou quantas atirei. Nem sempre é so easy se viver...

6.  Estou muito triste com as atuais notícias sobre o Brasil. É muito roubo, corrupção, corruptores e corrompidos. Eles acham que a gente está com a bunda exposta na janela para passar a mão nela... Mas procuro ser otimista, afinal amanhã será outro dia!

7.  Tenho grande preocupação com as pessoas que moram nos morros, nas comunidades mais pobres e que, com uma folha de zinco e um latão de banha, fazem um barraco em qualquer favela. Que lutam pelo pão de cada dia, sonhando com a vida no asfalto e sobrevivendo com um cartão de crédito que é uma navalha. Palafitas, trapiches, farrapos... Todos filhos de uma mesma agonia.

8.  A alta taxa de desemprego no Brasil é alarmante e creio que deveríamos fazer o dinheiro circular mais, pois o dinheiro de quem não dá é o trabalho de quem não tem. Tenho visto muitos pedintes hoje em dia, mas penso que dar esmola a um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.

9.  Com tantas notícias ruins, ando estressada. A minha única vontade é ter um dia para vadiar, ficar olhando para um mar que não tem tamanho e ver um arco-íris no ar. Beber uma água de coco, dentro de um barquinho deslizando no macio azul do mar, também seria bom. Mas sou otimista! Sempre apostei na minha paixão e guardei um país no meu coração! Acredito, sinceramente, que a vida pode ser maravilhosa!

10.   Está difícil, mas ainda acredito no amor. Sei que tem gente que ama e vive brigando e, depois que briga, acaba voltando. Também tem gente que escreve até poesia e rima saudade com hipocrisia. Mesmo com tudo isto, ainda acho impossível ser feliz sozinho. Não há amor sozinho e é juntinho que ele fica bom! Afinal, quem pode querer ser feliz se não for por amor?

11.   Gosto de fazer aniversário! Mas confesso que, às vezes, é difícil assumir que estamos envelhecendo. Porém, não quero me tornar escrava do tempo, porque ele nos aprisiona, adormece as paixões e apaga os caminhos. Eu quero apenas viver e não ter a vergonha de ser feliz!

12.   Frequentemente pergunto como será o amanhã e penso nos jovens. A juventude é como uma brisa... Ainda me lembro do meu tempo de criança quando entrava numa dança, toda cheia de esperança. Quando vejo um menino caminhando penso que ali, logo em frente, a esperar pela gente o futuro está. O presente, no futuro, será passado e a história não tem fim. Na realidade, a vida é a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não!


Esta é a versão de estúdio de Vivendo e Aprendendo a Jogar, de Guilherme Arantes, na magistral interpretação de Elis Regina. Já citei esta gravação, aqui no blog, como uma das melhores de toda MPB.

sábado, 25 de março de 2017

Show "Noites Cariocas"

Marcia Calmon & Tranka em novo show intimista

foto: Rose Moraes

No dia 12 de maio, sexta-feira, vamos estrear o nosso novo show Noites Cariocas no Panorama Piano-Bar! Novamente, apenas Tranka Oliveira e eu estaremos em cena, interpretando canções que têm ou tiveram alguma relação com a vida noturna do Rio de Janeiro em várias décadas! O local tem uma vista belíssima para a praia e o Cristo Redentor e serve desde petiscos a refeições. Também aceita todos os cartões de crédito (exceto para o pagamento do couvert) e tem estacionamento. 
  • data: 12 de maio (sexta-feira)
  • horário: 21:00hs
  • local: Panorama Piano-Bar
  • endereço: rua João Lyra, 95/19° andar, Leblon, RJ (cobertura do hotel Mercure)
  • couvert: R$ 30,00 por pessoa (pagamento do couvert somente em dinheiro)
  • reservas: trankaemarcia@gmail.com
  • classificação etária: livre
  • pagamento: O Panorama aceita dinheiro, cheques, cartões de débito e de crédito. Porém, o pagamento do couvert só poderá ser feito em dinheiro.
  • estacionamento: O hotel Mercure tem estacionamento, mas não sei informar as tarifas.
No player abaixo, gravações, em estúdio ou ao vivo, feitas por Marcia Calmon & Tranka. Algumas destas músicas estarão no novo show Noites Cariocas. Mais detalhes, fotos, vídeos, informações em www.marciacalmonetranka.com . Esperamos você lá!



sábado, 18 de março de 2017

Guilherme Arantes

Brincar de Viver

Guilherme Arantes está comemorando 40 anos de uma bem-sucedida carreira: seu primeiro grande sucesso foi Meu Mundo e Nada Mais, tema do protagonista Rodrigo (José Wilker) na versão original da novela Anjo Mau (Globo, 1976). Guilherme sempre foi um compositor criativo e talentoso e nos brindou com pérolas como a alto astral Deixa Chover e a incrível Aprendendo a Jogar, interpretada magistralmente por Elis Regina em uma das que considero melhores gravações de música brasileira de todos os tempos. Mas a minha preferida, no entanto, é outra, uma de suas poucas parceiras e com a qual tenho uma pequena história: Brincar de Viver (John Lucien – Guilherme Arantes).

Em uma noite de junho de 1983, fui a uma daquelas festas de aniversário de crianças feitas mais para adultos: vários pais e amigos na espaçosa sala do apartamento enquanto a pequena aniversariante, eu, seus irmãos e amiguinhos ficamos no quarto, brincando - mesmo com dezoito anos, eu ainda adorava ficar no meio da criançada. A TV estava ligada na Globo e, naquela noite, estreava o musical Plunct, Plact, Zum. Na realidade, ninguém estava assistindo a nada no meio de tantos jogos, pulos em cima da cama, gritaria... Porém, em um determinado momento, ouvi uma linda melodia e, como estava de costas para a televisão, me virei e vi Maria Bethânia, toda de branco e parecendo um anjo, cantando com um belo coro de crianças e eu, ali, também cercada de crianças por todos os lados. Elas não estavam cantando, é verdade, mas deixavam a alegria exalar pelo ar. Eu havia perdido meu pai há pouco tempo, atravessava uma difícil fase emocional e aquilo aqueceu meu coração. No meio de tanta algazarra, o mundo parecia ter parado, por alguns minutos, somente para eu ouvir que “a história não tem fim / Continua sempre que você responde sim / À sua imaginação / A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não / E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho / Como sou feliz, eu quero ver feliz / Quem andar comigo, vem.”

Parabéns, Guilherme, e muito obrigada!


Este é o vídeo de que falei acima. Comparando com os de hoje em dia, parece tosco, mas era o que de mais moderno tínhamos em 1983. Nada disto compromete, porém, a beleza da música e da letra, totalmente atemporais.